Mielopatia Espondilótica Cervical (MEC)
A mielopatia espondilótica cervical (MEC) resulta da compressão da medula a nível do segmento do pescoço.
A compressão é causada tipicamente por um conjunto de factores, que incluem a presença de hérnia discal, associada a alterações degenerativas nas articulações entre as vértebras (facetas articulares), em doentes com o canal vertebral (por onde "passa" a medula) já se si pouco amplo.
O doente com MEC apresenta-se tipicamente com alterações neurológicas, nomeadamente diminuição da força muscular nos membros superiores, perda de alguma destreza manual para realizar determinadas tarefas (como escrever, abotoar-se), ou alterações da marcha (caminhando com mais insegurança e desequilíbrios). Podem igualmente coexistir queixas de dor no pescoço ou sentida nos membros superiores. Em casos mais avançados, poderá haver perda da capacidade de caminhar ou perda do controlo de esfíncteres (incontinência urinária ou fecal).
Ao exame físico, há um conjunto de alterações, nomeadamente nos testes de força ou reflexos, que sugerem a presença de sofrimento da medula.
Os exames auxiliares de diagnóstico habitualmente requisitados são os estudos radiográficos (Raio X) e a Ressonância Magnética cervical. Este último é o único exame que com maior acuidade confirma o "sofrimento" da medula, comprimida pelas estruturas adjacentes.
O doente com MEC deve manter seguimento regular, dada a propensão para o agravar da sintomatologia. O tratamento cirúrgico, quando efectuado atempadamente, é efectivo e evita a progressão dos sintomas, que podem ser muito debilitantes.
Dependendo do número de vértebras afectadas, do alinhamento da coluna e do local onde a compressão da medula é mais significativa, a abordagem para a cirurgia é efectuada ou por via anterior (pequena incisão na região anterior do pescoço), ou posterior (incisão ao longo da coluna, na parte de trás do pescoço). O doente tem alta hospitalar geralmente ao 1º ou 2º dia de pós-operatório, usando apenas um colar de espuma, como medida de conforto.




Radiografia de homem de 57 anos, submetido a cirurgia por mielopatia a 2 níveis (causando muita dificuldade em caminhar e perda de força em ambas as mãos). Nas semanas que se seguiram à cirurgia recuperou por completo as suas capacidades motoras.